Em meio à intensificação do confronto militar entre Israel e Irã, que têm trocado bombardeios diários nos últimos dias, o governo brasileiro iniciou, nesta sexta-feira (20), o processo de identificação de cidadãos que estejam em território israelense e que desejem retornar ao Brasil.
A iniciativa foi anunciada pela embaixada do Brasil em Tel Aviv por meio de nota publicada em suas redes sociais, e ocorre sem a confirmação oficial de que haverá, de fato, uma missão de repatriação.
A ação preventiva está sendo conduzida em resposta direta ao agravamento do cenário de segurança no Oriente Médio, especialmente após o fechamento parcial do espaço aéreo israelense e relatos de risco iminente para civis estrangeiros. A embaixada solicita que brasileiros preencham um formulário digital, com o objetivo de permitir a atualização da localização e das intenções de saída do país.
“De modo a permitir a identificação e a localização atualizadas de brasileiros que se encontram em Israel e que tenham intenção de deixar o país, a embaixada solicita que seja preenchido o formulário”, informou o comunicado.
Segundo dados do Ministério das Relações Exteriores, aproximadamente 14 mil brasileiros viviam em Israel em 2023. Esse número já havia sido reduzido após operações anteriores de retorno promovidas pelo governo federal, principalmente desde o início das ofensivas de Israel contra o Hamas, na Faixa de Gaza, e contra o Hezbollah, no sul do Líbano, entre 2023 e 2024.
Apesar da ausência de uma decisão definitiva, a Força Aérea Brasileira (FAB) já se declarou pronta para executar uma operação de evacuação. Em documento enviado ao Congresso Nacional, a FAB afirmou que “está em condições” de agir, caso haja autorização formal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto também especifica que a articulação logística da missão dependeria da coordenação entre os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores.
Políticos brasileiros
O agravamento do conflito já levou ao retorno emergencial de comitivas políticas brasileiras que estavam em solo israelense. Diante da suspensão parcial de voos comerciais, a saída desses grupos ocorreu por meio de uma complexa operação diplomática envolvendo os governos de Israel, Jordânia e Arábia Saudita.
A atuação diplomática incluiu um telefonema do chanceler brasileiro Mauro Vieira ao ministro das Relações Exteriores da Jordânia, Ayman Safadi, para garantir a travessia terrestre de brasileiros até Amã, capital jordaniana. Nos casos em que a rota incluiu a Arábia Saudita, a embaixada do Brasil em Riade ficou responsável por emitir os vistos de entrada que permitiram o deslocamento dos cidadãos até o aeroporto saudita, de onde embarcaram de volta ao Brasil.
A embaixada de Israel em Brasília confirmou estar colaborando com as autoridades brasileiras para garantir uma eventual retirada segura dos cidadãos, mantendo canais de diálogo ativo com a embaixada brasileira em Tel Aviv para coordenação das possíveis ações.
Enquanto isso, o Ministério das Relações Exteriores reiterou, por meio de novo alerta consular, a orientação para que brasileiros evitem qualquer viagem a Israel e ao Irã. A recomendação, segundo a nota oficial, se baseia em uma “escalada das tensões” e visa preservar a integridade dos nacionais.
Para os brasileiros que ainda permanecem nesses países, a orientação é clara: sair de casa apenas quando for absolutamente seguro, seguir as instruções das autoridades diplomáticas e manter toda a documentação em dia.
Fonte: Brasil 247
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