
Um tremor de terra de magnitude 2,3 na escala Richter foi registrado às 16h14 dessa segunda-feira (16) no município de Elesbão Veloso, na região do Vale do Sambito, no Piauí. O fenômeno foi detectado pela Rede de Monitoramento Sismológico do Nordeste. Por se tratar de um abalo de baixa magnitude, não houve riscos para a população, segundo as autoridades.
Em entrevista ao portal Piauí Hoje, o diretor de Prevenção e Mitigação da Defesa Civil do Estado, Werton Costa, explicou que o Nordeste brasileiro possui características geológicas específicas que favorecem esse tipo de fenômeno. “Antigamente, quando se falava em tremor de terra, a gente sempre pensava em algo muito distante da nossa realidade. Um terremoto era visto como algo extremamente destruidor, totalmente fora do nosso contexto. Mas a verdade é que a nossa região tem características muito peculiares”, afirmou.
Segundo ele, os terrenos do semiárido nordestino são bastante antigos, com fissuras e rachaduras onde grandes blocos de rocha se movimentam. Essas formações geológicas, chamadas de falhas, são responsáveis pelos pequenos abalos registrados com frequência na região. “Por serem terrenos muito antigos, eles apresentam fissuras, rachaduras, onde grandes blocos de rochas se movimentam. São as chamadas falhas. Por isso, o Nordeste apresenta uma alta incidência de tremores de terra”, detalhou.
O monitoramento desses eventos no estado é feito por meio de uma parceria entre a Defesa Civil do Piauí e o Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN), que fornece os sismógrafos utilizados em municípios como Floriano e Pedro II.
“Esses equipamentos registram pequenas vibrações, chamadas de abalos sísmicos. O sismógrafo é a máquina que mede essas vibrações e a sua intensidade, numa escala que vai de 0 a 9 graus Richter. No caso do Piauí, nós contamos com essa tecnologia em parceria com o LabSis”, explicou Costa.
O diretor reforçou que esses tremores são leves, muitas vezes imperceptíveis e que a população não precisa se preocupar com riscos: “Fiquem muito tranquilos. Esses abalos são pequenos, e muitas vezes as pessoas nem percebem. Podem sentir uma leve vibração ou desequilíbrio, mas não há motivo para alarme. São fenômenos naturais da movimentação do nosso planeta.”
Além disso, o estudo constante desses tremores ajuda no planejamento de obras públicas e infraestrutura para garantir segurança e durabilidade. “O estudo da sismicidade é essencial para obras de segurança hídrica, reservatórios, adutoras, pontes e estradas. Conhecer essas áreas permite que o planejamento aconteça de forma mais segura, com menos risco e maior durabilidade”, concluiu.