
Produtora de cajuína e de outros derivados do fruto do cajueiro há mais de dois anos, Adriani Frota nunca havia pensado em produzir mel de caju. Mas desde quando começou, o produto foi sucesso imediato e não fica muito tempo na prateleira da sua pequena fábrica, localizada na comunidade Cajaíba, zona rural de Teresina. Quem prova, sempre compra, volta para adquirir mais e faz questão de divulgar.
Ela conta que a produção do mel de caju nasceu de uma forma inusitada. Um dia, um lote de cajuína não ficou cristalino como exige o seu controle de qualidade. Diante da possibilidade de prejuízo, Adriani decidiu concentrar o suco no fogo. O resultado foi um mel de textura perfeita, nem grosso nem fino, e de sabor adocicado natural, sem a adição de nenhum tipo de açúcar. Diante da adesão de mais pessoas a hábitos alimentares saudáveis, o produto tem potencial de conquistar o gosto de um público maior. Pesquisadores destacam seu alto valor nutricional, com o poder contribuir com a erradicação da carência de alguns elementos importantes na dieta humana da população brasileira.
Segundo Mariani, o mel do caju é considerado um item gourmet, podendo ser consumido de muitas maneiras: puro, no tempero de saladas, misturado com iogurte, cobertura para sorvetes e como adoçante natural. “Acho que o caju é ainda pouco valorizado e fico muito triste com o desperdício, já que existem tantas formas de aproveitar”, diz.
Mas para usar toda a produção de caju da sua propriedade, Mariani não parou no mel. A produtora criou uma variação funcional do produto, que ela chama de melaço, onde adiciona ao mel puro cascas de angico preto, malva do reino e a casca do cajuí. “Esse composto que ajuda a aliviar a tosse e a gripe, facilitando a expectoração”, explica, contando que a receita foi aperfeiçoada com a prática, e o resultado é muito elogiado pelos clientes que buscam uma solução natural.
A comercialização do mel e do composto é feita principalmente nas feiras aqui no Piauí e em outros Estados. Aqui no Piauí, ela será uma das expositoras na Feira da Agricultura Familiar do Piauí, que acontece nos dias 23 a 25 de outubro, no Espaço Rosa dos Ventos da Universidade Federal do Piauí (UFPI).
Com o sucesso dos novos produtos, a proposta de Mariani agora é crescer e aumentar a produção. “Quero montar uma câmara frigorífica para aproveitar 100% da minha safra e evitar qualquer desperdício”, adianta. “Quero contratar mais pessoas para a colheita. E o que não der pra processar, eu posso vender o caju congelado, in natura”.