Política

PAPA FRANCISCO

Papa fez Lula voltar a ter esperança quando se encontrava preso, diz Janja

Papa Francisco foi consolo e farol de esperança para Lula na prisão, revela Janja

Da Redação

Quarta - 23/04/2025 às 08:30



Foto: Ricardo Stuckert / PR Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro o papa Francisco, no Hotel Borgo Egnazia, em Puglia, Itália
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante encontro o papa Francisco, no Hotel Borgo Egnazia, em Puglia, Itália

Na última entrevista emocionada à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, compartilhou memórias marcantes sobre a relação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o papa Francisco, falecido no dia 21 de abril. Janja destacou a importância espiritual e emocional do pontífice durante momentos difíceis da vida de Lula, especialmente durante o período de sua prisão e após a perda de seu neto, Arthur, que faleceu aos sete anos.

Janja contou que, diante da tragédia, Lula decidiu escrever uma carta ao papa, que respondeu com uma mensagem de apoio e fé, dizendo a Lula: "Deus está contigo". Esse gesto foi crucial para renovar a esperança do presidente em um dos momentos mais dolorosos de sua vida.

Uma das conversas que Janja teve com o papa também ficou marcada em sua memória. Ela relembrou que o papa pegou sua mão e disse: "A gente só pode olhar de cima para baixo quando está ajudando alguém a se levantar". Para ela, essa frase tornou-se um ensinamento profundo, que carrega consigo em sua vida pública, refletindo sobre o papel de solidariedade e empatia.

A morte do papa Francisco, que ocorreu durante o feriado, foi um momento difícil para a primeira-dama. Ela contou que não conseguiu conter as lágrimas ao saber da notícia, sendo consolada por Lula. "Eu não consegui segurar as lágrimas. Meu marido ficou olhando para mim porque eu começava a falar e chorar", relatou. No dia seguinte, o casal rezou pela memória do papa, que, para Janja, não era apenas um líder espiritual, mas também um líder mundial.

Janja também falou sobre o impacto negativo das redes sociais. Após postar uma imagem do papa Francisco rezando, ela recebeu mensagens de ódio e até desejos de morte ao pontífice. Diante disso, decidiu fechar o Instagram para novos seguidores e comentários, buscando preservar um ambiente saudável nas redes. "Não dá. Fechei o Instagram", afirmou.

Em sua entrevista, a primeira-dama não deixou de abordar a luta pela paz e justiça social que o papa sempre defendeu. Ela relembrou o discurso de Páscoa de Francisco, no qual ele falou sobre a situação em Gaza, e destacou o legado do pontífice. Janja também mencionou o casaco bordado por artesãs palestinas que usou durante a reunião do G7, em junho de 2024, como um símbolo de resistência e de denúncia do genocídio em Gaza.

Outro momento tocante foi quando Janja falou sobre a pandemia e a morte de sua mãe, vítima da Covid-19. Ela recordou a imagem do papa Francisco, sozinho na Praça São Pedro, concedendo a benção Urbi et Orbi em março de 2020, como símbolo da dor coletiva enfrentada por todos. "Apesar da praça estar vazia, milhões estavam ali com ele em oração", disse, emocionada, refletindo sobre a dor de perder entes queridos sem poder se despedir devido à pandemia.

Janja fez também críticas ao negacionismo e à desumanização que ainda permeiam o debate sobre a pandemia. "Ser obrigada a ficar no mesmo espaço com essas pessoas [que negam a gravidade da pandemia] é uma profunda desrespeito à memória da minha mãe e das milhares de pessoas que morreram", afirmou.

Ao final da entrevista, Janja refletiu sobre o legado do papa Francisco e como tenta carregar, no seu dia a dia, os valores que ele pregava: empatia, paciência, solidariedade e resistência. Ela destacou que o lugar em que ocupa atualmente exige desses valores, sendo um lembrete constante da importância da compreensão e tranquilidade diante dos desafios da vida pública.

A conversa com Janja não apenas revelou o impacto espiritual e político do papa Francisco, mas também o toque humano que ele teve na vida de Lula e sua família. Para Janja, o papa foi um verdadeiro porto seguro em momentos de dor e turbulência.

Fonte: Brasil 247

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