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CRESCIMENTO

Número de evangélicos cresce no Brasil; Piauí registra menor índice do país

Censo 2022 revela expansão lenta, variações municipais e perfil socioeconômico dos evangélicos no estado

Da Redação

Sexta - 06/06/2025 às 11:42



Foto: Reprodução/Redes sociais Evangélicos crescem no Piauí, mas estado ainda tem a menor proporção do país, segundo o Censo 2022
Evangélicos crescem no Piauí, mas estado ainda tem a menor proporção do país, segundo o Censo 2022

A proporção de evangélicos cresceu em todo o Brasil, mas no Piauí o avanço foi o mais discreto do país. Segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta sexta-feira (6), pelo IBGE, o estado registrou a menor proporção nacional de evangélicos: 15,56% da população com 10 anos ou mais, ante 9,57% em 2010. 

Apesar de acompanhar a tendência de crescimento, o ritmo no Piauí é mais lento e marcado por variações regionais. O catolicismo segue predominante, com 77,43% dos piauienses, revelando características socioeconômicas e demográficas que diferenciam o cenário religioso local.

Embora o Piauí registre a menor proporção de evangélicos do país, 15,56% em 2022 contra 26,9% da média nacional, o crescimento do grupo evangélico no estado foi de quase seis pontos percentuais em doze anos, um avanço significativo se comparado a 2010, quando representavam 9,57%. Este movimento, porém, não é homogêneo. Municípios como Bocaina contabilizam apenas 5,25% de evangélicos, enquanto em Avelino Lopes esse percentual sobe para 42,94%, superando a média nacional.

Catolicismo e sua predominância cultural

Apesar do crescimento evangélico, o catolicismo apostólico romano mantém-se como religião majoritária no Piauí, com 77,43% da população, o maior percentual do país. A presença da Igreja Católica está historicamente enraizada na cultura regional, influenciando a identidade e a organização social do estado.

No Brasil, a proporção de católicos caiu de 65% para 56,7% entre 2010 e 2022, porém o Piauí mantém um cenário distinto. “Os católicos ainda eram maioria em 4.881 municípios brasileiros”, destaca o Censo, e o estado é um dos últimos bastiões desse domínio religioso.

O Censo revela também nuances importantes sobre o perfil dos evangélicos no Piauí. A presença evangélica é maior entre os grupos pretos (30,01%) e indígenas (32,23%), comparada aos brancos, que registram 23,55%. Esse dado reforça a percepção de que as igrejas evangélicas têm forte penetração entre populações historicamente marginalizadas, oferecendo redes sociais e espirituais adaptadas às realidades locais.

No recorte de gênero, as mulheres representam 57,54% dos evangélicos piauienses, em linha com a tendência nacional de maior participação feminina nas igrejas evangélicas. Essa predominância se relaciona ao engajamento das mulheres em atividades religiosas e comunitárias, criando um espaço de pertencimento espiritual.

Analfabetismo Evangélico

No quesito escolaridade, o Censo mostra que a taxa de analfabetismo entre os evangélicos no Piauí é de 11,04%, inferior à dos católicos (16,89%), mas ainda superior à média geral da população. O acesso ao ensino superior permanece baixo entre evangélicos, apontando para desafios educacionais que refletem também a desigualdade socioeconômica do estado.

O IBGE aponta que o crescimento dos evangélicos no Brasil segue uma desaceleração. No período de 2010 a 2022, o aumento foi de 5,3 pontos percentuais, abaixo dos 6,5 pontos entre 2000 e 2010.

Pluralidade religiosa em expansão

Além dos evangélicos, o Censo aponta crescimento nos grupos sem religião (de 7,9% para 9,3%) e nas religiões de matriz africana, como umbanda e candomblé (de 0,3% para 1%).

No Piauí, o crescimento evangélico, ainda que tímido se comparado ao restante do Brasil, é um indicativo claro das mudanças em curso no perfil religioso estadual. O predomínio católico permanece forte, mas a pluralidade religiosa ganha espaço, especialmente entre os jovens, os grupos étnicos e as mulheres.

O avanço evangélico no estado, somado às transformações nacionais, revela que a paisagem religiosa brasileira está longe de ser estática, moldando-se conforme as dinâmicas sociais, culturais e econômicas do país. Como ressalta o IBGE, entender essas tendências é fundamental para compreender o Brasil contemporâneo.

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Fonte: IBGE

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