No Dia Mundial do AVC, celebrado em 29 de outubro, a Organização Mundial do AVC (World Stroke Organization) reforça que 90% dos casos, poderia ser evitada através do controle de fatores de risco. Conseguir isso passa essencialmente pela mudança do estilo de vida, um desafio tanto individual quanto para as políticas de saúde pública.
Os dados mais recentes do Global Burden of Disease Study 2021, compilados pela Organização Mundial do AVC, mostram que o derrame, também conhecido como Acidente Vascular Cerebral (AVC), permanece como a segunda principal causa de morte no mundo e a terceira causa de morte e incapacidade combinadas.
A chave para a prevenção está no entendimento dos fatores de risco. O mesmo estudo global identificou que 84% dos casos de AVC em 2021 foram atribuídos a 23 fatores de risco modificáveis. Estes riscos foram divididos em três categorias principais. Os riscos metabólicos, como a pressão arterial alta, constituíram uma parte significativa, sendo responsáveis por 68,8% de todos os derrames . Os riscos ambientais, com destaque para a poluição do ar por partículas, foram responsáveis por 36,7% dos casos. Já os riscos comportamentais, como o tabagismo e a inatividade física, estiveram por trás de 35,2% dos derrames.
Alguns fatores merecem atenção redobrada devido às suas tendências. Embora tenha havido progresso na redução de riscos ligados ao tabagismo e a dietas pobres em vegetais, outros fatores estão a crescer de forma alarmante. Os anos de vida perdidos por incapacidade atribuídas a um alto índice de massa corporal (IMC) aumentaram 88,2% entre 1990 e 2021. Da mesma forma, os riscos associados à glicemia elevada (açúcar no sangue) subiram 32,1%, e os ligados à baixa atividade física aumentaram 11,3% no mesmo período.
Pela primeira vez, o estudo também revelou uma alta contribuição da poluição do ar para hemorragias, sendo responsável por 14,2% dos anos de vida perdidos por Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico. Outro dado de grande importância para a saúde pública, especialmente para os idosos, é o efeito das altas temperaturas. Apenas em 2021, as altas temperaturas ambientais foram responsáveis por quase 2 milhões de anos de vida perdidos por incapacidade devido a derrames em todo o mundo .
A campanha da Organização Mundial do AVC para 2025, com o tema "Cada Minuto Conta" (#EveryM1nuteCounts), enfatiza a importância de conhecer os sinais de alerta e agir rapidamente. Reconhecer os sintomas e buscar atendimento de emergência imediato salva vidas e pode permitir tratamentos que melhoram as chances de uma recuperação completa. Contudo, a mensagem mais importante continua a ser a prevenção. Adotar um estilo de vida saudável, controlando a pressão arterial, mantendo uma alimentação equilibrada, praticando atividade física regular e evitando o tabagismo, é a estratégia mais eficaz para combater uma das maiores causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo.