
Rutiele Andrade, 32 anos, foi filha única durante muito tempo e pedia para a mãe um irmão, no entanto, a mãe não conseguia engravidar. “Eu lembro que no dia do meu aniversário de 11 anos, eu pedi: Deus eu não quero nada material, eu quero que o Senhor me dê um irmão. E nessa conversa com Deus eu fiz uma promessa, que se ele me presenteasse com o irmão, eu caminharia de joelhos”, conta.
No dia 18 de julho de 2002, ela ganhou um irmão adotivo, Miguel Andrade, hoje com 23 anos.
“Ele chegou para gente com 22 dias de nascido, eu me lembro perfeitamente o rostinho dele tão pequenininho, tão indefeso, foi o dia mais feliz da minha vida”, relata emocionada.
Rutiele com seu irmão no colo | Foto: Arquivo Pessoal
O Dia dos Irmãos, comemorado nesta sexta-feira (05), é uma data para celebrar os vínculos de amor e companheirismo que atravessam a vida. E, as histórias de irmãos adotivos merecem um lugar especial, pois mostram que família vai muito além do sangue, é uma construção de afeto, acolhimento e pertencimento.
A história dos irmãos Rutiele Andrade e Miguel Andrade demonstra tudo isso. Ela lembra que o irmão adotivo mudou completamente sua vida.
Eu sentia que eu esperava por ele, sabe? Ele é a minha outra metade. É como se eu me sentisse completa. Eu tenho certeza que Deus já tinha escrito a nossa história e que eu esperava por ele.
Para Miguel Andrade, 23 anos, a adoção é como um amor genuíno, para ele a família não é laço sanguíneo, é amor, união, “é algo que ultrapassa todos os rótulos e limites do que é considerado família pela sociedade”.
A história de Rutiele e Miguel nos mostra que quando a adoção acontece, muitas vezes não é apenas a vida de uma criança que se transforma, mas também a de quem já está na família. Um irmão que chega pelo caminho da adoção traz novas histórias, diferentes origens, mas rapidamente passa a dividir sonhos, segredos, medos e conquistas.
“A personalidade dele é muito parecida com a minha. Somos dois cancerianos e a lembrança que eu tenho é mais marcante com ele, foi quando eu tive a minha primeira filha, que eu dei para ele ser padrinho. Ele ficou tão feliz e essa é a lembrança mais marcante que a gente tem juntos”, diz Rutiele.
Para Miguel, a lembrança mais marcante é a promessa feita pela irmã durante o processo de adoção. Ele conta que, quando a adoção finalmente se concretizou, ela cumpriu o combinado e caminhou um quilômetro de joelho para celebrar a conquista.
Esse é um episódio muito marcante porque reforça que mesmo sem me conhecer, mesmo sem ainda ter laço sanguíneo, o amor de irmão já existia.
Rutiele Andrade manda uma mensagem ao irmão: “eu quero aproveitar que hoje é o dia do irmão e quero te dizer Miguel muito obrigada por existir, muito obrigada por nos escolher como família. Você é um irmão que eu sempre sonhei, que eu sempre pedi a Deus e eu quero dizer que eu te amo muito, a nossa família te ama, obrigada por nos escolher”, finaliza.