
A assistente social Alba Tereza Sousa de Macêdo, de 36 anos, iniciou uma jornada em busca de suas origens. Nascida em Teresina, a piauiense foi abandonada em uma caixa de papelão, quando ainda era recém-nascida, na porta da casa dos pais adotivos. Junto a ela, estava uma carta deixada pela mãe biológica, Maria José, conhecida por Mazé, em 18 julho de 1989.
Na carta, a mãe explica os motivos do abandono e dirige-se à filha pelo nome “Natacha”. Afirma não poder cuidar dela sozinha naquele período, pois o “pai é um irresponsável”. Sua intenção era dar uma família de verdade para a menina. “Eu não quero que você sofra como sua mãe”, consta em determinado trecho.
Mazé deixa as portas abertas para reencontrar a filha no futuro. “Olhe, não se preocupe. Eu amo você, mas não irei procurá-la para não atrapalhar sua vida. Se um dia, quando você tiver adulta, quiser me conhecer, eu ficarei feliz. Encerra declarando seu amor “Natacha, eu sei que nunca mais irei lhe ver, mas você vai continuar sendo a minha princesinha, eu não esquecerei você nunca, você é uma criança linda.”
Carta deixada pela mãe biológica em 1989 A descoberta na infância e o choque da adolescência
Alba reside em São Paulo e soube que era adotada ainda na infância. A informação foi transmitida de forma simbólica pela mãe adotiva, que dizia que a filha tinha "vindo do coração". A realidade só foi totalmente compreendida aos oito anos, quando assistiam a uma novela, e a mãe apontou para uma personagem adotada, afirmando que a história era a mesma de Alba.
A revelação causou grande impacto. "Isso me deixou indignada. Não consegui reagir direito, pois não conhecia ninguém adotado", relata. A falta de preparo e acompanhamento psicológico mergulhou a jovem em um período de depressão e isolamento que durou até os 18 anos. "Na adolescência inteira fiquei muito mal. Eu ficava me remoendo sem entender e não conseguia conversar com ninguém sobre a adoção", lembra.
Plataforma genealógica e a esperança em Fortaleza
A busca por suas raízes ganhou um novo capítulo recentemente com a ajuda da tecnologia. Utilizando uma plataforma de busca genealógica, Alba descobriu a existência de uma possível prima de segundo grau que mora em Fortaleza. A pista reacende a esperança de reconstituir a história de sua família biológica e preencher as lacunas deixadas pelo abandono. A assistente social, que hoje trabalha no Tribunal de Justiça de São Paulo, espera que a nova informação possa ser o elo que faltava para encontrar suas origens.
Fonte: O Povo/Ceará
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