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ROCK E ESPIRITUALIDADE

No Dia do Rock, o som da Rosa de Saron une fé e transformação à juventude cristã no Piauí

Fã-clube local transforma e estende a mensagem das músicas em renovação e solidariedade

Da Redação

Domingo - 13/07/2025 às 10:49



Foto: Reprodução/Redes Sociais Rosa de Saron é pioneira do rock cristão no Brasil, unindo fé e som pesado desde 1988
Rosa de Saron é pioneira do rock cristão no Brasil, unindo fé e som pesado desde 1988

O Dia Mundial do Rock, celebrado neste domingo (13), é uma data que reúne diferentes estilos de fãs do gênero musical que revolucionou a cultura mundial. No Brasil, essa comemoração tem um significado especial, pois inclui também vertentes como o rock cristão, que ganha espaço ao unir energia, espiritualidade e mensagens de superação.

A banda Rosa de Saron, uma das pioneiras do rock cristão no Brasil, surgiu em 1988 em Campinas (SP), no seio da Renovação Carismática Católica. Desde então, consolidou-se como referência ao unir som pesado, espiritualidade e mensagens de acolhimento, ultrapassando barreiras religiosas e conquistando um público diversificado. No Piauí, esse impacto deu origem à Nação Rosariana Piauí, núcleo estadual de um fã-clube nacional que promove a mensagem cristã do rock alternativo.

“O fã-clube é uma extensão da missão da banda: levar fé, esperança e acolhimento”, diz Nayrana Meirelles, integrante do coletivo e fã da banda desde os 13 anos. Para ela: 

A Rosa de Saron foi um divisor de águas na minha juventude. Através da música, muitos jovens encontraram um novo sentido para suas vidas.

A proposta inicial da banda era evangelizar por meio de um estilo musical até então incomum na Igreja: o rock. Com sonoridade moderna e letras que abordam dor, fé, amor, esperança e transformação, a Rosa de Saron conquistou não só o público católico, mas também aqueles que buscavam uma conexão espiritual fora dos templos.

A Nação Rosariana leva a mensagem da banda Rosa de Saron para os novos jovens cristãos no Piauí - Reprodução/ Nayrana Meireles 

“Juntar essa estética com mensagens de fé tocou muitos jovens que se identificavam com o perfil mais ‘rebelde’. Foi uma forma de fazê-los olhar para dentro de si e iniciar uma caminhada de fé”, explica Letícia Ribeiro, uma das fundadoras da Nação Rosariana no Piauí, que participou da formação do fã-clube estadual após interações com outros fãs pela internet.

A discografia da banda inclui mais de dez álbuns, entre eles Diante da Cruz (1994), Casa dos Espelhos (2005), Acústico (2007), Horizonte Distante (2009), Latitude, Longitude (2013), Gran Paradiso (2018), Lunação (2020) e In Concert (2023). Entre os sucessos estão “Sem Você”, “Do Alto da Pedra”, “Monte Inverno” e “Cartas ao Remetente”.

Em 2019, o vocalista Guilherme de Sá, que esteve à frente do grupo por 18 anos, passou o bastão para Bruno Faglioni, que mantém a essência e busca alcançar novas gerações. A formação atual conta ainda com Eduardo Faro (guitarra), Rogério Feltrin (baixo, um dos fundadores) e Grevão (bateria).

“O público da Rosa é, em sua maioria, jovem. Muitos enfrentam problemas familiares, depressão e tentativas de suicídio. E é na música da banda que encontram força para continuar”, destaca Nayrana.

Bruno Faglioni assumiu os vocais da banda em 2019 - Reprodução/ Som Livre

No início, a banda enfrentou resistência dentro da Igreja, por conta do estilo musical e da estética visual, que incluía roupas escuras e cabelos compridos. Para Letícia:

O rock ainda era mal visto por parte da comunidade cristã. Mas a Rosa de Saron quebrou esse estigma e mostrou que é possível evangelizar com arte e som pesado.

Hoje, a banda é reconhecida nacionalmente como uma das mais importantes do rock cristão. “Aqueles adolescentes da minha época hoje são pais e mães, mas continuam levando as mensagens da banda consigo”, completa Letícia. 

A Rosa de Saron não é só música. É um caminho de reencontro com Deus. Nosso papel como fã-clube é levar essa mensagem a mais pessoas”, reforça Nayrana.

Dia Mundial do Rock 

O Dia Mundial do Rock, celebrado em 13 de julho, ganhou força no Brasil a partir dos anos 1990 e faz referência ao Live Aid, megaevento beneficente ocorrido em 13 de julho de 1985, simultaneamente em Londres e na Filadélfia. O show reuniu Queen, U2, Led Zeppelin, The Who e David Bowie, entre outros, e foi assistido por mais de 1,5 bilhão de pessoas em cerca de 100 países.

Celebrado em 13 de julho, o Dia do Rock homenageia o Live Aid, megaevento de 1985 que marcou a história da música - picture-alliance / dpa / Norbert Försterling

A escolha dessa data homenageia esse evento histórico, que mostrou o poder da música como instrumento de mobilização social e solidariedade global. Apesar do nome, o Dia Mundial do Rock é celebrado oficialmente apenas no Brasil, onde se tornou símbolo de memória cultural e resistência artística. 

Para os fãs da Rosa de Saron, é também uma data para reforçar a mensagem de que o rock pode ser um canal de fé, esperança e transformação.

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