
Nova composição de combustíveis entra em vigor no Brasil a partir desta sexta-feira (1), com o aumento dos percentuais obrigatórios de biocombustíveis na gasolina e no diesel. A medida, anunciada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) e regulamentada pelo Ministério de Minas e Energia (MME), eleva de 27% para 30% a quantidade de etanol anidro na gasolina, e de 14% para 15% o percentual de biodiesel no diesel.
A mudança tem como objetivo reduzir a dependência do país de combustíveis importados, como a gasolina tipo A, e reforçar a produção nacional de biocombustíveis, além de contribuir para metas ambientais de redução de emissões. A decisão também foi influenciada pelo contexto geopolítico atual, incluindo instabilidades no Oriente Médio que afetam o preço internacional do petróleo.
De acordo com estimativas do governo federal e testes realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o novo percentual de etanol (E30) poderá reduzir o consumo de gasolina A em até 1,36 bilhão de litros ao ano, elevando proporcionalmente o uso do etanol produzido internamente. O MME projeta ainda que o país deixará de ser importador líquido de gasolina, com excedente exportável estimado em 700 milhões de litros anuais.
Impacto ao consumidor
O impacto no bolso do consumidor, segundo a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), pode variar entre uma leve queda de até R$ 0,11 por litro na gasolina, durante o pico da safra da cana-de-açúcar, e um aumento de R$ 0,02 por litro no diesel, com o acréscimo de biodiesel.
Para profissionais que dependem do transporte para trabalhar, como motoristas de aplicativo ou caminhoneiros, a economia projetada pode chegar a R$ 1.800 por ano, considerando um custo por quilômetro rodado até R$ 0,02 menor. No caso dos caminhoneiros, a estimativa de economia anual é de R$ 960.
Com a medida, o Governo Federal espera atrair mais de R$ 15 bilhões em novos investimentos no setor de biocombustíveis, consolidando a posição do Brasil como um dos líderes globais na produção e uso de energia renovável na matriz de transportes.
Fonte: Metrópoles