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INCLUSÃO

Teresina promove reinserção social de usuários dos CAPS por meio do trabalho

Iniciativa da FMS já inseriu 56 pessoas com deficiência psicossocial no mercado de trabalho

Da Redação

Quinta - 08/05/2025 às 07:24



Foto: FMS Francisca Daiana, usuária do CAPS Norte, atua como vendedora na loja Paraíba
Francisca Daiana, usuária do CAPS Norte, atua como vendedora na loja Paraíba

Mais de 50 usuários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) de Teresina já conquistaram espaço no mercado de trabalho com apoio do Grupo de Trabalho e Renda (GTR), mantido pela Fundação Municipal de Saúde (FMS). A iniciativa é uma das estratégias de reabilitação psicossocial em saúde mental adotadas pelo município para promover a inclusão social por meio do emprego. Atualmente, cerca de 56 pessoas atendidas pelos CAPS estão empregadas formal ou informalmente.

Em funcionamento desde 2018, o GTR foi criado pela Gerência de Saúde Mental da FMS e é formado por profissionais de todos os CAPS da capital. O grupo atua na identificação de usuários com perfil para o trabalho, estimulando o desenvolvimento de habilidades e talentos que possam ser aplicados no mercado ou em atividades autônomas, como a produção e venda de artigos próprios.

A gerente de saúde mental da FMS, Luanna Bueno, detalha como funciona o processo de inclusão. “Os profissionais dos CAPS avaliam e emitem laudos indicando quando os usuários estão aptos ao trabalho, que continuam recebendo acompanhamento durante o processo. Em seguida, buscamos parcerias com empresas locais para viabilizar contratações, utilizando a lei de cotas para pessoas com deficiência psicossocial”, explica.

A assistente social Anna Klícia, integrante do GTR, destaca o impacto positivo da proposta. “É preciso oportunizar aos usuários, que possuem o perfil adequado, o ingresso no mundo do trabalho de forma que isso possa representar uma mudança positiva em suas vidas. Queremos seguir avançando nessa proposta de reabilitação psicossocial, fortalecendo a parceria com as empresas, as instituições apoiadoras e os profissionais de saúde dos CAPS”, afirma.

Francisca Daiana, atendida pelo CAPS Norte, é um dos exemplos do resultado dessa política pública. Atualmente, ela trabalha como vendedora na loja Paraíba. “Antes de trabalhar, eu não via perspectivas para minha vida. Hoje tudo mudou 100%. Sou feliz, acordo cedo para trabalhar e passo o dia ocupada. Tenho minha renda, ganhei autonomia e dignidade”, relata.

Pessoas com deficiência psicossocial convivem com sequelas causadas por transtornos mentais, mas que não as impedem de ter uma vida produtiva. A inserção no mercado, segundo a FMS, contribui para a autonomia, autoestima e integração social.

Saiba como a lei de cotas promove a inclusão

A Lei nº 8.213/91, conhecida como Lei de Cotas, determina que empresas com 100 ou mais funcionários destinem de 2% a 5% de suas vagas a pessoas com deficiência ou reabilitadas pelo INSS. Desde 2006, a deficiência psicossocial passou a ser reconhecida internacionalmente como uma forma de deficiência, e no Brasil esse reconhecimento foi incorporado à legislação por meio do Decreto nº 6.949/09, com status de emenda constitucional.

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