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GREVE

Motoristas e cobradores iniciam greve por tempo indeterminado em Teresina

Sem ônibus, muitos passageiros optaram por transporte de aplicativo para irem trabalhar nesta segunda-feira

Da Redação

Segunda - 12/05/2025 às 08:12



Foto: Alinny Maria/Piauí Hoje Transporte público de Teresina
Transporte público de Teresina

Motoristas e cobradores do transporte público de Teresina iniciaram, nesta segunda-feira (12), greve por tempo indeterminado. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Empresas de Transportes do Piauí (Sintetro-PI),  a categoria reivindica reajuste salarial, melhorias em benefícios como ticket alimentação e plano de saúde.

Nenhum ônibus saiu das garagens nesta segunda-feira. Muitos passageiros optaram por transporte por aplicativo para se deslocarem, cujo o valor está ainda mais caro devido a alta demanda. 

Moradora do bairro Mocambinho, na zona Norte de Teresina, a dona de casa Márjory Alcobaça é usuária do transporte público de Teresina e diz que entende a luta dos trabalhadores. 

"A gente sabe que a categoria está apenas reivindicando algo que é seu por direito, mas infelizmente acaba impactando e causando transtorno para a população que depende de transporte público para se locomover para o trabalho. Então, é preciso que a gente cobre dos políticos para que nenhuma das partes envolvidas seja prejudicada e que tudo se resolva logo porque o transporte público já é escasso e a população não pode ficar sem", relata Márjory Alcobaça.

A dona de casa conta ainda que está aguardando o preço dos aplicativos caírem para levar a filha em uma consulta médica.

"O preço da corrida por aplicativo está muito cara hoje. Normalmente custa R$ 18 a R$ 20 e hoje está R$ 40 para eu ir a uma clínica na zona Leste. Se não baixar eu não terei como ir, pois ainda tem a volta. Esses aplicativos se aproveitam da situação. Acho isso um absurdo", desabafa.

Antônio Cardoso, presidente do Sintetro-PI / Foto: Reprodução

O presidente do Sintetro-PI, Antônio Cardoso, informou que não houve acordo nas negociações com os empresários do setor e poder público. Na sexta-feira (9), os trabalhadores realizaram paralisações ao longo do dia.

"Essa negociação começou em janeiro, a gente buscou a Prefeitura de Teresina, a Strans, o Setut. Todo tempo tentado negociar, mas não obteve nenhuma resposta. A gente ficou até meia-noite de domingo (11) aguardando uma proposta, mas não veio nada", explicou o presidente do Sindicato.

Veículos cadastrados

Na sexta-feira, a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (Strans) realizou o cadastramento emergencial de veículos particulares para reforçar o transporte público durante o movimento grevista. A medida tem o objetivo de minimizar os prejuízos à população, sobretudo nos horários de pico. 

Os veículos cadastrados são identificados com um adesivo que indica a regularização pela Prefeitura de Teresina. A tarifa cobrada para todos os passageiros é no valor de R$ 4. Não tem meia-passagem para estudantes ou gratuidade.

Setut aciona Justiça 

O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) ingressou com medida cautelar junto à Justiça do Trabalho solicitando que seja garantida a circulação de parte da frota de ônibus durante a greve dos trabalhadores.

O Setut pediu que 100% da frota opere nos horários de pico, das 6h às 9h e das 17h às 20h de segunda a sexta-feira, e das 6h às 9h e das 12h às 15h aos sábados. Para os demais horários e domingos, a entidade solicita o funcionamento de 89% da frota. 

Ainda nesta sexta-feira (09), a desembargadora Liana Ferraz de Carvalho, do TRT da 22ª Região, proferiu decisão liminar determinando que o Sintetro mantenha a circulação mínima da frota, variando entre 40% e 80%, a depender do horário. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 50 mil.

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