Enquanto o Piauí se destaca nacionalmente em pavimentação e acesso para veículos de grande porte nas favelas, o estado figura entre os últimos no país em presença de bueiros para escoamento de chuva, de acordo com do Censo Demográfico de 2022.
Apenas 13,45% dos moradores dessas comunidades no Piauí residiam em vias com bueiros ou bocas de lobo. Esse é o terceiro menor percentual entre todos os estados, ficando à frente apenas do Mato Grosso do Sul e do Amapá. Em todo o Brasil, a média é mais de três vezes superior, atingindo 45,07%. A falta deste equipamento básico aumenta os riscos de alagamentos, danos materiais e à saúde pública, como a proliferação de doenças.
Em contraste com o problema dos bueiros, outros indicadores de infraestrutura no estado são positivos. O Piauí possui o segundo maior percentual do país de moradores de favelas em vias pavimentadas, com 88,44%. Atrás apenas da Bahia, o índice estadual supera a média nacional de 77,8% para essas localidades.
O acesso às favelas também é facilitado pela largura das vias. No Piauí, 90,71% dos residentes em comunidades vivem em ruas com capacidade para a passagem de ônibus e caminhões, o segundo melhor indicador nacional. Essa condição é essencial para serviços como coleta de lixo, atendimento de ambulâncias e bombeiros. No Brasil, a média é de 61,6%.
Os dados, coletados pela Pesquisa Urbanística do Entorno de Domicílios, também mostram a desigualdade dentro do próprio estado. Em todos os indicadores analisados, os percentuais para os moradores fora de favelas e comunidades urbanas são sistematicamente melhores. A diferença é mais gritante no item bueiros: apenas 18,73% das pessoas fora dessas comunidades também vivem em vias sem o equipamento, uma taxa 5 pontos percentuais melhor que a registrada dentro das favelas, mostrando que o déficit é um problema urbano concentrado.
O déficit de equipamentos de drenagem é um problema urbano concentrado
De uma forma geral, os números mostram que, mesmo em estados com infraestrutura urbana mais desenvolvida, as favelas e comunidades costumam ficar em desvantagem no acesso a itens fundamentais para a qualidade de vida e segurança.
Fonte: IBGE-PI
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