Foi alvo de operação nesta terça-feira (14) uma quadrilha que fabricava e vendia anabolizantes clandestinos, utilizando repelentes de insetos na composição dos produtos. O grupo, que movimentou R$ 80 milhões, distribuía as substâncias para diversos estados do Brasil. As investigações começaram em junho de 2024.
Agentes da Polícia Civil e do Ministério Público do Rio de Janeiro cumpriram mandados de busca e apreensão na casa do principal alvo, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio. No local, produtos foram encontrados armazenados de forma inadequada, em sacos plásticos e caixas de papelão. Entre os 14 presos, estão Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, conhecido como "Boss", e sua esposa, encontrados em uma mansão.
As investigações apontam que a quadrilha controlava marcas como Next Pharmaceutic, Thunder e Plus Suplementos, promovendo-as em eventos de fisiculturismo e com atletas profissionais. Influenciadores digitais também recebiam pagamentos de até R$ 10 mil por mês para divulgar os produtos, vendidos principalmente online. O grupo enviava os produtos clandestinos pelo correios para diversos estados, incluindo endereços no Rio de Janeiro. Por meio de uma parceria do Setor de Inteligência da Delegacia com os Correios foram identificados que se tratavam de grandes quantidades de remessas de substâncias anabolizantes enviadas diariamente.
Desde junho de 2024, mais de 2 mil substâncias ilícitas foram apreendidas, gerando prejuízo superior a R$ 500 mil para o grupo. Com movimentação financeira estimada em R$ 80 milhões, os investigados utilizavam operadores financeiros para dificultar o rastreamento do dinheiro.
Denunciados por associação criminosa, crimes contra a saúde pública e o consumidor, a Justiça determinou o bloqueio das contas bancárias de todos os envolvidos, que ainda incluem operadores financeiros, que tinham como função pulverizar a entrada e saída de quantias milionárias para dificultar possíveis investigações, explica a polícia. A operação, que envolveu policiais da 76ª DP e agentes do Gaeco, também busca identificar outros participantes, incluindo revendedores, influenciadores e patrocinados do esquema.
Fonte: O Globo