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HOMOFOBIA

Liberdade condicional é concedida a jornalista que cometeu homofobia em shopping de SP

Adriana Oliveira, presa em flagrante, responderá em liberdade e está proibida de voltar ao local

Da Redação com informações do Brasil 247

Segunda - 16/06/2025 às 15:21



Foto: Reprodução/Redes sociais Agressora de 61 anos foi detida em flagrante após chamar a vítima de
Agressora de 61 anos foi detida em flagrante após chamar a vítima de "bicha nojenta" em cafeteria do shopping Iguatemi

A Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória à jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, presa em flagrante no sábado (14) após proferir ofensas homofóbicas contra um cliente dentro do Shopping Iguatemi, na zona oeste da capital paulista. A decisão foi tomada no domingo (15), durante audiência de custódia.

Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), a liberação está condicionada ao cumprimento de medidas cautelares. Adriana terá de comparecer mensalmente à Justiça para informar suas atividades, manter o endereço atualizado, não poderá frequentar o shopping onde o caso ocorreu, local de trabalho da vítima, e está proibida de se ausentar da comarca onde reside por mais de oito dias sem autorização judicial.

Ocorrido

O episódio aconteceu em uma cafeteria do shopping e foi registrado em vídeo por frequentadores. Nas imagens, Adriana aparece visivelmente alterada, chamando o publicitário Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, de "bicha nojenta" e "assassino". O caso foi registrado como injúria homofóbica no 14º Distrito Policial, em Pinheiros.

Segundo relato de Gabriel, o ataque começou após ele tentar intervir quando a jornalista gritava com a funcionária do café. "A gente estava tomando um café. Era por volta de 15h30. Uma senhora sentada na mesa do lado começou a pedir pela conta, descontrolada, falando bem alto: 'eu quero minha conta', 'eu quero ir embora'. A moça fez um sinal de que já iria. Daí intervi, falei: 'calma, ela já virá, já deu o sinal'. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente", disse à reportagem.

A versão do publicitário foi confirmada por Giulia Podgaic, uma das testemunhas presentes no local. "Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta, falando que queria ir ao banheiro, gritando. Aí a vítima pediu para a senhora se acalmar, disse: 'se acalma, ela já vai vir', e aí ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar 'pobre', 'bicha', todas as palavras de baixo calão possíveis... 'bicha nojenta', 'pobre', 'você não deveria estar aqui'", relatou.

Giulia afirmou ainda que, mesmo após Gabriel ter sido retirado do local por outras pessoas para evitar a escalada da discussão, Adriana continuou com as agressões. "Ele começou a ficar nervoso, mas conseguiram retirar ele para que se acalmasse. Ele foi para outro lugar e ela continuou a ofender. Foi uma situação horrível. Chamou ele de 'assassino' do nada", completou.

Versão da jornalista

À TV Globo, Adriana apresentou uma versão diferente dos fatos. Ela alegou que estava emocionada durante uma ligação telefônica e que foi alvo de zombarias. "Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone. E esse grupo que estava ao lado começou a rir", contou.

Ainda segundo ela, a situação se agravou após o grupo supostamente debochar de sua idade. "Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada. Aí, ele se manifestou, disse 'fala baixo', 'cala a boca'. Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de 'boiola'. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de 'velha'. Sim, me arrependo", disse a jornalista.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, policiais militares foram acionados por clientes que presenciaram a confusão e efetuaram a prisão de Adriana em flagrante. "Uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante na tarde de sábado (14), em um shopping na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul da capital. Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, constataram que a mulher havia proferido ofensas homofóbicas a um homem, de 39 anos", informou a pasta.

Adriana responderá em liberdade enquanto a investigação do caso prossegue.

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Fonte: Brasil 247

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