
O adolescente de 14 anos que confessou ter matado os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, declarou à polícia que não sente arrependimento pelo crime e que “faria tudo novamente”. A afirmação foi feita durante o interrogatório conduzido por agentes da Delegacia de Homicídios da região, que apura o triplo homicídio descoberto na terça-feira (24). Nesta quinta-feira (26), a Polícia Civil segue reunindo elementos sobre a motivação e o comportamento do jovem, que tem chamado a atenção pelo grau de frieza.
“Ele declarou que não sente remorso e que faria tudo novamente”, afirmou o delegado responsável pela investigação, ao relatar o impacto das falas nos investigadores. Segundo a autoridade, o adolescente detalhou o crime com clareza e sem demonstrar qualquer emoção, o que levantou preocupações sobre seu estado mental.
O jovem contou que planejou os assassinatos com antecedência. Tomou um suplemento conhecido como pré-treino para se manter acordado durante a madrugada e esperou que todos dormissem. Depois, pegou uma arma de fogo escondida debaixo do colchão dos pais e atirou na cabeça dos dois. Em seguida, matou o irmão mais novo com um tiro no pescoço.
“Ele disse que tomou um pré-treino para conseguir ficar acordado e esperou que todos dormissem”, relatou o delegado.
De acordo com o depoimento, o adolescente limpou o chão da casa após os disparos, arrastou os corpos até a cisterna no quintal e usou produtos de limpeza para disfarçar o cheiro. Quando os policiais chegaram à residência, ele afirmou que o irmão havia se engasgado com um caco de vidro e que os pais tinham desaparecido ao levá-lo ao hospital. A versão foi desmentida após checagem em unidades de saúde da região.
A Polícia Civil apura dois possíveis motivos para o crime. Um deles é o interesse do adolescente em sacar R$ 33 mil do FGTS do pai, conforme demonstrado no histórico de buscas do celular. O outro envolve um suposto relacionamento virtual com uma adolescente de 15 anos.
O delegado afirmou que o comportamento do jovem impressionou os policiais. A forma metódica com que descreveu os assassinatos e a ausência de qualquer arrependimento têm reforçado a hipótese de que o crime foi friamente premeditado. A arma usada nos homicídios pertencia ao pai da família, segundo a investigação. O adolescente será submetido a avaliações psicológicas.
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Fonte: Diário do Centro do Mundo