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DIREITOS HUMANOS

Brasil intensifica combate ao garimpo ilegal na Terra Yanomami

Ações do governo visam proteger comunidades indígenas e preservar o meio ambiente

Da Redação

Terça - 21/01/2025 às 07:30



Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil Indígenas yanomami
Indígenas yanomami

O Brasil tem intensificado a luta contra a presença ilegal de garimpeiros na Terra Indígena Yanomami, uma vasta área que se estende pelos estados de Amazonas e Roraima. Essa ação emergencial visa combater a crise humanitária que afeta a vida de mais de 33 mil indígenas, cujas comunidades sofrem com os danos ambientais, sociais e de saúde provocados pela exploração ilegal de recursos naturais.

Entre os principais resultados, destaca-se a redução de 91% dos pontos de garimpo na região e uma diminuição de 95,76% na abertura de novas áreas de exploração ilegal. A atividade dos garimpeiros não só degrada o meio ambiente, poluindo rios e exterminando recursos naturais essenciais, mas também coloca em risco a segurança e a saúde das populações locais, expondo-as a doenças e conflitos violentos.

Em 2024, o governo brasileiro executou mais de 3 mil operações contra a ilegalidade, com a participação de forças militares e agentes civis. Essas ações resultaram na distribuição de 114 mil cestas básicas e na liberação de R$ 1,7 bilhão para ajudar na recuperação da saúde e do bem-estar das comunidades afetadas. Com esses esforços, o número de óbitos por desnutrição caiu 68% no primeiro semestre de 2024, comparado ao ano anterior, refletindo o impacto positivo dessas intervenções.

No final de 2023, o garimpo havia avançado para mais de 5 mil hectares de terra, marcando um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Para coordenar as medidas de proteção, foi criada a Casa de Governo Yanomami, um centro responsável pela organização de ações de fiscalização e segurança. As operações, realizadas de forma contínua, incluem patrulhamentos noturnos e a destruição de estruturas ilegais, como acampamentos escondidos e pistas de pouso clandestinas.

Além disso, o uso de tecnologia de monitoramento, como radares para detectar voos irregulares a baixa altitude, tem sido uma ferramenta crucial para desmantelar as atividades de garimpeiros. Só em 2024, as autoridades destruíram 50 pistas de pouso ilegais e desmantelaram mais de 400 acampamentos, além de apreender 30 quilos de ouro. Essas ações têm enfraquecido significativamente a logística dos criminosos.

Apesar dos progressos, a luta contra o garimpo ilegal enfrenta obstáculos, como observou Gilmara Fernandes, do Conselho Indigenista Missionário, que destacou o poder financeiro e logístico dos invasores. No entanto, o líder Junior Yanomami informou que o controle sobre as invasões tem sido mais eficaz e que a qualidade da água tem melhorado. Para a ministra Sonia Guajajara, as iniciativas de proteção devem continuar sendo intensificadas, já que os danos causados pelos garimpeiros são profundos e exigem atenção constante.

Em relação à saúde, os dados mostram uma queda de 27% nas mortes no território Yanomami no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo período de 2023. As mortes por desnutrição diminuíram 68%, enquanto os óbitos causados por infecções respiratórias caíram 53% e os de malária reduziram 35%. A ampliação do acesso aos cuidados médicos, incluindo mais exames de malária, tem sido um fator essencial para essas reduções.

Esses resultados refletem os esforços contínuos para proteger o território Yanomami e garantir um futuro mais seguro para suas comunidades, mas a luta contra as atividades ilegais e a preservação da terra indígena continuam sendo desafios que demandam ação constante e colaboração entre diferentes setores da sociedade.

Fonte: Com informações da Agência Brasil

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