Proa & Prosa

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São José da Ponte de Pedras

Dedicada mais uma igreja a São José, numa parte mais nova da cidade, templo conexo ao edifício

Fonseca Neto

Sexta - 31/03/2023 às 08:34



Foto: Divulgação Lar da Misericódia
Lar da Misericódia

“Olha o que foi, meu bom José...”? Lembram o quanto seu nome é mesmo invocação bondade?

São José, na universalidade católica, o padroeiro de milhares de paróquias, muitas dioceses, comunidades e outras organizações dentro da grande Igreja cristã. Quantos lugares são “de S. José”. Nas coisas de leigo, quantas casas comerciais, empresas, iniciativas outras dizer ser “São José”... 

São José, milhões herdaram seu nome, milhões o invocam. Veneram sua Imagem segurando Jesus menino. Maria por perto. Quanto já se disse e se continua a dizer sobre ele.

Em Teresina mais uma igreja-templo “de São José” –aliás, não temos simpatia por esse cacoete de equívoca propaganda que diz “igreja São José”, p. exemplo, despojado o “de”, tão profundamente implantado no cerne da fé viva do povo.

Dedicada mais uma igreja a São José, numa parte mais nova da cidade, templo conexo ao edifício do Lar de Misericórdia. Uma casa novinha em folha para São José, capela firme, concepção arquitetônica atual, sacro espaço sobretudo acolhedor, francamente aberto.

Por que eleito São José nesse novo aconchego? Bem o sabem os que tomaram a obra em mãos para levantar suas concretas colunas. Tem a ver com seu idealizador e líder dos que se fizeram quase inumeráveis benfeitores da realização, o padre Tony Batista, que aprendeu a amar a Igreja rezando junto aos joelhos de sua mãe, Maria, e do pai, José.

Tony é da zona rural do município de São Pedro do Piauí, vale do Médio Parnaíba, nascido no lugar Ponte de Pedras. E uma das pedras angulares do viver em Ponte, é a devoção caseira e comunitária a São José. Tony e todos dali se identificavam em família com o “São José lá de casa”. Da casa de Ponte de Pedras. Uma historieta típica da brasilidade mais autêntica dos verdes anos de todos nós.

Décadas se passaram. E a vida não passou nada em vão no percurso do garoto que se tornou o sacerdote de hoje – o próprio Tony –, com tanto e real engajamento na vida eclesiástica. Por ele, o São José “lá de casa”, de tantas casas, padroeiro mesmo da Igreja Católica, na construção da Fé de um povo, tornou-se também o São José do Lar de Misericórdia, de Teresina; o São José estendido lá da Ponte de Pedras; São José, morador do Oratório daquela ruralidade; o padre Tony é a ponte viva que funde São Pedro da Ponte às pedras de mais uma casa dada para São José.

A nova capela foi canonicamente dedicada no último dia 19, na solenidade própria do dia. Liturgia de bênção presidida pelo arcebispo Dom Juarez Sousa, ritual assistido com a igreja plena de gente. Rara liturgia, que na vida o comum das pessoas há que veja uma vez na vida, quando acontece de ver.

Tudo regrado e devendo ser feito segundo as fórmulas prescritas no Missal Romano. Abertura da Porta com a antífona da Entrada: “com alegria vamos à casa do Senhor, aleluia”. Água e incenso para assinalar Paredes e Povo reunido. A unção do altar: “Eu subirei até o altar do Senhor”. As oferendas. Na Eucarística: “... por isso vos oferecemos com alegria esta casa de orações, erguida pelo trabalho humano [ou] que construíram esta igreja para vós, em honra de São José”.

Essa festa na vida da Igreja em Teresina é motivo de muito contentamento. Ao final das celebrações, o que dela se fez encarregado, demonstrou o arco portentoso de esforços que tornou possível em pouco tempo colocar de pé a nova capela. Concelebrou a Missa o arcebispo emérito de Teresina, Dom Jacinto Brito, outro baluarte a sustentar a obra.

Igreja de São José e Lar de Misericórdia se comunitarizam. E na sagração desse domingo, uma das pedras da Ponte, entre lírios josefinos, tornou-se a pedra d’ara no altar do Ungido.    

Fonseca Neto

Fonseca Neto

FONSECA NETO, professor, articulista, advogado. Maranhense por natural e piauiense por querer de legítima lei. Formação acadêmica em História, Direito e Ciências Sociais. Doutorado em Políticas Públicas. Da Academia Piauiense de Letras, na Cadeira 1. Das Academias de Passagem Franca e Pastos Bons. Do Instituto Histórico e Geográfico do Piauí.
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