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Valdemir Motta, um cidadão!

Dono de um bom humor que quase nunca se apagava, com um sorriso cativante, construiu uma carreira pessoal de êxito

Alvaro o Mota

Terça - 18/11/2025 às 18:54



Foto: Divulgação Álvaro Mota e Valdemir Mota
Álvaro Mota e Valdemir Mota

As pessoas nunca morrem se delas temos as melhores recordações. Por isso, quando a inexorável morte física recai sobre pessoas da estirpe de meu primo Valdemir do Rego Motta, seguem muito vivas em mim e em outros tantos as boas memórias que o mantêm vivo.

Valdemir nos deixou no domingo, 19 de outubro, dia do Piauí, aos 83 anos, após uma vida longa, cheia de realizações, constituída por sua vocação natural de construir pontes e fortalecer amizades – uma delas, para minha permanente alegria, a minha, constituída desde quando era um jovenzinho e tinha o contentamento de passar algumas das melhores férias de minha vida, entre 1978 e 1982, na fazenda dele, com o poético nome de Flor Bela.

Trago na melhor parte de minhas memórias daqueles tempos em que Valdemir reuniu uma “primaiada” mais jovem para ter contato com a terra, com a natureza, a lida difícil de uma fazenda, o que forjava em mim e nos primos (Sergio, Mauro, Marcelo, Márcio, Marcos, Marcílio, Mauricio, Luciano, Lucio, Leonardo, Junior Motta, Antomar Neto, Carlos Junior, e outros) e nas primas (Mayra, Samira, Tatiana, Liana, Janaina) o respeito pelo trabalho, à família, às pessoas, ao meio ambiente de que tantos nós todos precisamos.

Valdemir Motta deixou em mim outra lição, a de que é preciso amar e valorizar a nossa família, algo que ele praticou ao criar e educar seus filhos, meus primos Sérgio, Mauro, Mayra e Samyra, ao lado de sua esposa, tia Rosa Gonçalves.

Dono de um bom humor que quase nunca se apagava, com um sorriso cativante, construiu uma carreira pessoal de êxito e foi um homem público que contribuiu para o bem-estar das comunidades em que vivia e às quais servia. Por isso mesmo, para além de trabalhar, era um grande conhecedor da História de sua terra natal, a cidade de União, à qual sempre esteve manteve dedicação, a ponto de ter sido candidato a prefeito por duas ocasiões. Também foi candidato a deputado estadual.

O sucesso eleitoral não foi grande o bastante para fazê-lo executivo ou representante popular, não foi impeditivo a que Valdemir Motta se tornasse um homem público. Assim, nos anos 1970 e 1980, foi diretor da Empresa de Obras Públicas do Piauí (Emopi) e da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário do Piauí (Coderpi), contribuindo para que o Estado, então incipiente em obras de infraestrutura e rodoviárias, pudesse abrir caminhos de futuro. Ainda em face de sua atuação política, exerceu o cargo de secretário de Administração em Teresina

Porém, para bem mais que sua atuação pública, de homem com uma educação formal que o levou a ser economista e servidor concursado do Banco do Brasil, realizava-se Valdemir Motta mais como pessoa ligada à terra, pecuarista e lavrador de raiz – o que desde sempre percebi quando de minhas boas férias na Fazenda Flor Bela.

Mas esse mesmo homem que tinha uma visão de mundo ligada ao campo, enxergava para além da porteira de sua fazenda. Exemplo disso foi ter sido fundador da Rádio Vanguarda Educativa, emissora tradicional no município de União, realização que mostra seu compromisso em levar informação, cultura e integração comunitária.  Era, a rádio, um reflexo de Valdemir, homem guiado por seriedade, habilidade de dialogar com diferentes setores da sociedade, para bem coletivo e o progresso de sua comunidade.

Por isso, agora que Valdemir Motta se faz saudade, que vive nos que o conheceram e o admiraram em vida física, o que posso dizer mais sobre ele cabe muito na palavra gratidão. Sou grato por tê-lo conhecido e dele tido lições e apreendido sabedoria.

Álvaro Mota

Álvaro Mota

É advogado, procurador do Estado e mestre em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE. Álvaro também é presidente do Instituto dos Advogados Piauienses.
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