Filosofia de Vida

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FILOSOFIA DE VIDA

O Papel dos Sonhos na Organização Cerebral

O impacto do sono REM na construção dos sonhos

Fabiano de Abreu

Segunda - 13/01/2025 às 14:23



Foto: Divulgação Sonhar
Sonhar

Os sonhos não são profecias ou mensagens ocultas, mas o resultado direto da atividade cerebral durante o sono. Durante o estado de repouso, especialmente no sono REM (movimento rápido dos olhos), o cérebro mantém sua funcionalidade, reorganizando pensamentos, memórias e emoções de forma desconexa, mas com contexto emocional. Este é um processo intrínseco ao funcionamento do Sistema de Rede em Modo Padrão (SRMP), uma rede neural ativa mesmo em estados de repouso, responsável por conectar informações armazenadas.

Sonhos como "filmes" cerebrais
Quando sonhamos, o cérebro cria narrativas fragmentadas que misturam elementos de experiências passadas, estímulos recentes e emoções latentes. Este "filme mental" pode parecer ilógico ou desconexo, mas reflete o impacto emocional de eventos vivenciados. Por exemplo, se uma pessoa próxima está enfrentando depressão, seu sonho pode incluir imagens simbólicas de perda ou morte. Isso não significa que o sonho previu algo, mas sim que o cérebro capturou o impacto emocional e o processou de forma simbólica.

O impacto do sono REM na construção dos sonhos
O sono REM é caracterizado por uma atividade intensa no sistema límbico, responsável por regular emoções, e no córtex visual, que contribui para a vivacidade das imagens oníricas. Em contrapartida, áreas relacionadas à lógica e ao pensamento crítico, como o córtex pré-frontal, permanecem menos ativas. Esse desequilíbrio explica por que os sonhos podem carecer de lógica, mesmo mantendo forte carga emocional.

Sonhos também não se limitam a memórias recentes. O cérebro acessa informações armazenadas em longo prazo, conectando-as a estímulos atuais ou preocupações subconscientes. Essa característica explica por que muitas vezes sonhamos com pessoas ou situações que não estavam presentes em nossos pensamentos imediatos.

A função adaptativa dos sonhos
A principal função dos sonhos ainda está em debate na neurociência, mas teorias sugerem que eles desempenham um papel crucial na regulação emocional e na consolidação de memórias. A reorganização de experiências durante os sonhos pode ajudar na resolução de conflitos internos e no processamento de eventos traumáticos, funcionando como um mecanismo de adaptação emocional.

Por exemplo, sonhar com situações estressantes ou assustadoras pode ser uma maneira de o cérebro "ensaiar" respostas emocionais ou resolver questões não resolvidas. Estudos indicam que pessoas privadas de sono REM têm mais dificuldade em processar emoções, reforçando a ligação entre sonhos e saúde mental.

Conclusão
Os sonhos são um subproduto da incrível capacidade do cérebro de reorganizar informações e emoções, permitindo-nos adaptar e aprender, mesmo durante o sono. Eles não são avisos ou mensagens ocultas, mas sim um reflexo do impacto emocional das nossas experiências, processadas por uma mente que nunca realmente descansa.

Fabiano de Abreu

Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências; Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências; Mestre em Psicologia; Mestre em Psicanálise com formações em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filósofo, Jornalista, Especialização em Programação em Python, Inteligência Artificial e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Membro ativo da Redilat - La Red de Investigadores Latinoamericanos; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, Professor e investigador cientista na Universidad Santander de México, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da FENS, Federação Européia de Neurociências; Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associação e sociedades de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.
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