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NÃO É DA NOSSA CONTA

Lula e Trump se reúnem para negociar tarifas; situação de Bolsonaro não entrou na pauta

Em reunião de 45 minutos na Malásia, presidentes focaram em relações econômicas e comerciais entre Brasil e EUA; Trump sinaliza reversão do "tarifaço"

Por Luiz Brandão

Domingo - 26/10/2025 às 11:58



Foto: Trump admitiu erro em impor tarifaço ao Brasil
Trump admitiu erro em impor tarifaço ao Brasil

Na reunião formal realizada neste domingo (26) na Malásia, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump não trataram sobre a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro. A pauta da reunião, que durou cerca de 45 minutos, foi dedicada exclusivamente a temas econômicos e comerciais, visando destravar as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.

O principal desfecho do diálogo foi um acordo para que as equipes de ambos os países iniciem imediatamente negociações para resolver a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros e as sanções a autoridades do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida americana está relacionada ao julgamento de Bolsonaro.

Perguntado se a situação de Bolsonaro estaria na pauta da reunião com Lula, Donald Trump foi grosso com a repórter que fez a indagação: "Não é da sua conta", disse Trump diante de dezenas de Jornalistas e das câmeras e microfones.

Desesperado com a situação jurídica cada vez pior do pai, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) cuidou de espalhar mais uma fake news nas redes sociais dele, dizendo que o caso do ex-presidente foi pauta nacional reunião entre os dois presidentes. Mas a própria comitiva do Trump cuidou de desmentir a informação.

Pelo visto, o presidente americano e seu gabinete se afastam cada vez mais da narrativa de Eduardo Bolsonaro e seu colega de trabalho contra o Brasil nos Estados Unidos, o Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente do regime militar João Batista de Oliveira Figueiredo.

Acordo e revisão de tarifas

Após a reunião, Lula classificou o diálogo como "franco e construtivo". "Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções", afirmou.

O chanceler Mauro Vieira, que integrou a comitiva brasileira, detalhou que Trump se comprometeu a dar instruções à sua equipe para iniciar o processo de negociação bilateral ainda neste domingo. A expectativa do governo brasileiro é que, durante esse processo, as tarifas sejam suspensas. Vieira também revelou que os líderes combinaram visitas recíprocas: Trump manifestou desejo de ir ao Brasil, e Lula aceitou um futuro convite para visitar os Estados Unidos.

Bolsonaro foi mencionado apenas na coletiva de imprensa

Conforme apurado, o nome de Jair Bolsonaro não fez parte da pauta formal da reunião. O assunto só surgiu posteriormente, durante a coletiva de imprensa, quando Trump foi questionado por jornalistas. O presidente americano respondeu que se sentiu "mal com a situação dele [Bolsonaro]", mas enfatizou que o caso "não é da conta dos Estados Unidos".

De acordo com um integrante da delegação brasileira, durante o encontro fechado, coube a Lula abordar o tema ao defender que as sanções a autoridades do STF são injustas. O presidente brasileiro argumentou que o processo judicial envolvendo Bolsonaro seguiu o devido processo legal, encerrando o assunto naquele momento.

Lula se oferece como interlocutor com a Venezuela

Além da agenda bilateral, o chanceler Vieira informou que Lula abordou a situação entre EUA e Venezuela. O presidente brasileiro se prontificou a atuar como um interlocutor entre os dois países, buscando "soluções que sejam mutuamente aceitáveis". Lula reafirmou o posicionamento do Brasil como um "elemento da paz e do entendimento" na região.

A reunião, considerada "impossível" por Lula há pouco tempo, marca um passo significativo para a reaproximação entre os dois países, com foco claro na resolução de disputas comerciais que impactam diretamente a economia brasileira.

Fonte: Agência Brasil

Luiz Brandão

Luiz Brandão

Luiz Brandão é jornalista formado pela Universidade Federal do Piauí. Está na profissão há 40 anos. Já trabalhou em rádios, TVs e jornais. Foi repórter das rádios Difusora, Poty e das TVs Timon, Antares e Meio Norte. Também foi repórter dos jornais O Dia, Jornal da Manhã, O Estado, Diário do Povo e Correio do Piauí. Foi editor chefe dos jornais Correio do Piauí, O Estado e Diário do Povo. Também foi colunista do Jornal Meio Norte. Atualmente é diretor de jornalismo e colunista do portal www.piauihoje.com.
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