
O Governo Federal anunciou a criação de um auxílio financeiro para ajudar pacientes com câncer que precisam viajar para realizar sessões de radioterapia. O benefício prevê o pagamento de R$ 150 para transporte e mais R$ 150 por dia para alimentação e hospedagem do paciente e do acompanhante.
De acordo com o Ministério da Saúde, quase 40% dos pacientes do SUS precisam se deslocar para outras regiões em busca de tratamento e percorrem, em média, 145 quilômetros até um centro de radioterapia. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o objetivo é dar mais dignidade e facilitar o acesso ao tratamento. “Estamos colocando a radioterapia em outro patamar, em relação ao cuidado ao paciente com câncer”, disse durante coletiva de imprensa em Brasília.
Outras medidas
Além do auxílio, o ministério vai repassar R$ 156 milhões por ano para estimular os serviços de saúde a ampliarem o número de atendimentos. A nova portaria também cria um sistema de pagamento que recompensa os hospitais que atenderem mais pacientes. Unidades que ampliarem a capacidade de atendimento poderão receber até 30% a mais por procedimento. “É uma nova lógica para estimular o uso da capacidade ociosa e reduzir o tempo de espera de quem aguarda o tratamento”, explicou o ministro.
Outra medida anunciada é a centralização da compra de medicamentos de alto custo usados no tratamento do câncer. A partir de agora, a União será responsável por adquirir esses medicamentos, o que deve reduzir os preços em até 60%. A mudança também prevê o ressarcimento de 80% aos estados e municípios por gastos decorrentes de ações judiciais durante um período de transição de 12 meses.
O governo ainda pretende criar centros regionais de diluição de medicamentos oncológicos, para evitar desperdícios e otimizar o uso dos insumos. Segundo Padilha, essas medidas fazem parte do programa Agora Tem Especialistas, lançado em maio, que busca reduzir o tempo de espera por consultas e tratamentos especializados na rede pública.
O ministro destacou que o governo também quer envolver o setor privado na ampliação da oferta de radioterapia. As clínicas e hospitais particulares que aderirem à proposta terão acesso a condições especiais de financiamento, desde que disponibilizem pelo menos 30% de sua capacidade ao SUS por um período mínimo de três anos. “Não tem como consolidar uma rede pública forte sem atrair a estrutura privada que já existe no país, onde estão concentrados os equipamentos e boa parte dos profissionais da oncologia”, completou Padilha.
Fonte: Agência Brasil