Saúde

SURTO DE INFLUENZA

Casos de Influenza aumentam e acendem sinal de alerta no Brasil

O Ministério da Saúde informou que apenas 35,96% do público-alvo, que inclui crianças, gestantes, idosos e outros, recebeu a vacina contra o vírus

Da Redação

Sexta - 06/06/2025 às 10:51



Foto: CHROMORANGE / Matthias Stolt/Direitos reservados Vacinação
Vacinação

Com menos de 36% da população prioritária vacinada contra a gripe, o Brasil enfrenta um surto preocupante de influenza em plena transição do outono para o inverno. Segundo boletim do InfoGripe, da Fiocruz, divulgado na quinta-feira (5), ao menos 15 estados e o Distrito Federal estão em situação de alerta ou alto risco para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). A principal causa desse aumento é a circulação do vírus influenza A, que tem provocado uma escalada de internações e mortes por complicações respiratórias.

A influenza é um vírus respiratório que se divide em tipos A e B. A vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) protege contra três cepas: H1N1, H3N2 (do tipo A) e uma variante do tipo B. No entanto, a baixa cobertura vacinal tem dificultado o controle do vírus. O Ministério da Saúde informou que apenas 35,96% do público-alvo, que inclui crianças, gestantes, idosos e outros, recebeu a vacina. A meta do governo é vacinar 90% desse público.

O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), alerta que a alta nos casos de gripe nesta época do ano é comum, mas os números atuais são preocupantes. Ele enfatiza a necessidade de garantir a imunização dos grupos mais vulneráveis: “É importante, claro, todo mundo se vacinar, diminuir transmissão, diminuir visitas ao serviço de emergência, mas focar sempre nos grupos mais vulneráveis”.

Outro especialista, Celso Granato, infectologista e diretor clínico do Grupo Fleury, descreve o cenário como um surto grave, com disseminação atípica do vírus. Ele destaca que os casos começaram mais cedo, em maio, e se espalharam por todo o país, enquanto normalmente se concentram no Sul e no Sudeste devido à sazonalidade. Granato reforça que ainda é possível se proteger, já que o vírus continuará circulando por um bom tempo.

O estado do Rio de Janeiro apresenta o pior índice de vacinação, com apenas 21,75% de cobertura. Outros estados como Bahia, Maranhão, Mato Grosso e Pernambuco também apresentam taxas baixas, em torno de 30%. Mesmo entre os grupos prioritários, os números estão abaixo do esperado: idosos (38,83%), crianças (30,5%) e gestantes (23,35%).

A Fiocruz apontou um aumento significativo nos casos de SRAG em diversos estados, como Acre, Alagoas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal. O relatório também alerta para a gravidade da situação entre os idosos, que concentram a maioria das internações e óbitos. Nas últimas quatro semanas, quase 75% das mortes por SRAG foram causadas por influenza A ou B.

Especialistas acreditam que o surto tenha sido agravado por um conjunto de fatores, como a possível mutação do vírus, alterações climáticas que favoreceram sua disseminação e, principalmente, a baixa cobertura vacinal. O clima mais seco do outono, com a circulação de uma cepa possivelmente mais virulenta, pode ter acelerado a propagação da doença.

Diante desse cenário, algumas capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, já ampliaram a campanha de vacinação para toda a população, tentando conter o avanço do vírus. Autoridades de saúde continuam fazendo apelos para que a população se vacine, especialmente os grupos vulneráveis, como idosos, crianças pequenas, gestantes e pessoas com doenças crônicas.

Fonte: Brasil247

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