Política

SUSPEITA

Marcelo Castro responde acusações da Veja e diz que não controla quem ganha licitações

O MPF teria solicitado a suspensão de contrato firmado com hospital do sobrinho do senador, no valor de R$ 66 milhões, para a realização de 28 mil cirurgias de catarata

Da Redação

Segunda - 13/05/2024 às 09:09



Foto: Agência Senado Senador Marcelo Castro
Senador Marcelo Castro

O senador Marcelo Castro (MDB-PI), em entrevista à TV Clube na manhã dessa segunda-feira (13), respondeu à informação publicada por jornalista da revista Veja no sábado (11), que afirmava que o Ministério Público Federal (MPF) pediu ao governo do Piauí que suspendesse uma licitação que beneficiou a família do político.

O MPF teria solicitado a suspensão de um contrato firmado com o Hospital da Visão do Meio Norte, no valor de  R$ 66 milhões, para a realização de 28 mil cirurgias de catarata em onze cidades do Estado. O dono do hospital, Thiago de Castro, é sobrinho do senador Marcelo Castro e primo do deputado federal Castro Neto (PSD-PI). Os dois parlamentares são signatários da emenda que destinou os recursos para financiar o mutirão de combate à catarata.

Questionado, o senador disse que, como relator geral do Orçamento, deu preferência à projetos que favorecem a saúde no Piauí e que os recursos vêm de emenda da bancada do Piauí.

"Esse recurso é de uma emenda da bancada do Piauí. Os dez deputados federais e os três senadores assinaram essa emenda. Eu tive a oportunidade de ser o relator geral do orçamento, por isso tenho proeminência com relação a essa emenda. Como relator geral do Orçamento, eu atendi às emendas de bancadas, às emendas de comissão do Brasil inteiro. Evidentemente, não vou ser hipócrita, eu dei uma preferência para o Piauí. Então, eu coloquei R$ 20 milhões para o Hospital da Mulher, coloquei R$ 25 milhões para fazer a ala do câncer do Hospital Universitário e outros", afirmou.

Ainda, a matéria publicada na Veja diz que, segundo o MPF, o edital elaborado pelo governo do Piauí restringiu a competitividade, na medida em que não deu chance de participação de várias clínicas e hospitais.

"Quando a bancada solicitou esse recurso, ninguém sabia quem é que iria ganhar a solicitação. E quando eu coloquei o recurso, porque fui o relator geral do orçamento, evidentemente favorecendo a saúde do Piauí, como é que eu poderia adivinhar quem é que iria ganhar a solicitação?", disse o senador.

Segundo os procuradores, a contratação tem indícios de superfaturamento. A empresa do sobrinho do senador cotou cada cirurgia a R$ 2,3 mil , enquanto o SUS realiza o mesmo procedimento por R$ 919. Marcelo Castro respondeu à informação, afirmando que não houve superfaturamento, e que o sobrinho ganhou a licitação coom esse valor. "Certamente porque os outros que concorreram colocaram um valor maior", disse.

O senador alegou ainda que o Sistema Único de Saúde (SUS) aceita que o valor do mutirão seja até quatro vezes maior do que o que está na tabela, e nesse caso só estão pagando duas vezes e meio a mais. Além disso, disse que não tem como impedir que seus parentes trabalhem para os órgãos públicos e que não controla quem ganha as licitações.

"Essa licitação da Secretaria de Saúde foi um pregão eletrônico que o Brasil inteiro pôde concorrer. O que é que eu posso fazer se tenho uma família, com médicos e engenheiros competentes? Não tenho influência sobre isso", afirmou.

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: