
O governo do Irã pediu uma resposta imediata do Conselho de Segurança da ONU após denunciar o que classificou como uma agressão militar por parte de Israel contra seu território. Em carta enviada às Nações Unidas, Teerã afirma que o ataque teria como alvos instalações nucleares e posições militares, com apoio dos Estados Unidos.
O documento, assinado por Amir Said Iravani, embaixador do Irã na ONU, relata que a ofensiva ocorreu na madrugada de sexta-feira (13) e atingiu, entre outros alvos, a usina de Natanz — principal instalação nuclear iraniana, que opera sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA). A carta descreve o bombardeio como “ilegal, deliberado e imprudente”, acusando Israel de violar a Carta da ONU e os princípios do direito internacional.
Segundo Iravani, o ataque representa “uma ameaça grave à paz e à segurança regionais e internacionais”, com risco de provocar um desastre radiológico. Ele também afirmou que a ação viola tratados como a Convenção sobre a Proteção Física de Materiais Nucleares e compromete o sistema global de não proliferação nuclear.
Além dos ataques a instalações, o Irã acusa Israel de envolvimento direto na morte de cientistas nucleares e líderes militares iranianos. Segundo a denúncia, esses assassinatos ocorreram em território iraniano e são caracterizados como “terrorismo de Estado”. O texto afirma ainda que o primeiro-ministro israelense teria assumido publicamente a responsabilidade por algumas dessas operações.
Em sua parte mais enfática, o governo iraniano recorre ao Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que assegura o direito à legítima defesa, e alerta que haverá uma resposta “no momento e lugar apropriados”. O país promete agir de forma “decisiva, proporcional e dissuasiva”, e responsabiliza Israel por cruzar “todas as linhas vermelhas do direito internacional”.
O Irã solicita que o Conselho de Segurança e o secretário-geral da ONU condenem os ataques e tomem medidas concretas contra o governo israelense, alegando que omissões podem incentivar ações semelhantes por outros países.
A carta foi divulgada pela emissora estatal iraniana HispanTV.
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Fonte: Brasil247