Proprietários de autoescolas de Teresina afirmam que estão abertos ao diálogo para a construção de um projeto que mantenha o foco na educação para o trânsito, para a prevenção de sinistros e na preservação de empregos dos instrutores.
A afirmação acontece em meio ao debate nacional sobre a proposta do Ministério dos Transportes que dispensa a obrigatoriedade de aulas exclusivas em autoescolas no processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e abre espaço para uma formação independente das instituições.
Estamos em constante diálogo com a gestão do Detran Piauí e nada foi definido ainda. Hoje as autoescolas já tem toda uma estrutura pronta para funcionar e se adequar às possíveis mudanças, sem prejuízos na aprendizagem, proteção a vida e preservação dos milhares de empregos”, afirmou Daniel Tavares, proprietário de uma autoescola na capital piauiense.
Para Tavares a mudança, se realmente se concretizar, representa um risco à vida e um retrocesso. “ É inimaginável uma pessoa sem formação de instrutor de trânsito, ensinando outra pessoa sem habilitação. É inimaginável uma pessoa ministrar aula prática em um veículo sem duplo comando de pedais e em um veículo sem qualquer identificação visível para os outros usuários das vias”, argumentou Tavares.
Sobre a redução de custos de até 80% projetada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, Tavares afirmou que o preço atual é consequência direta das exigências feitas pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). Ele destacou que o setor tem propostas de adequação de valores sem perda de qualidade na segurança viária, ressaltando o papel social fundamental das autoescolas na formação de condutores mais conscientes, com curso teórico e prático completo sobre legislação, direção defensiva, primeiros socorros e mecânica.
O Governo Federal encerrou a consulta pública sobre o tema em 02 de novembro e o ministro Renan Filho confirmou na COP30 que as mudanças no processo de emissão da CNH devem ser oficializadas até o final do mês de novembro.
A proposta não elimina as autoescolas, mas as torna opcionais, permitindo que os candidatos escolham entre elas, instrutores autônomos credenciados ou cursos teóricos online (que o governo prevê oferecer em plataformas públicas).
Apesar das mudanças, Daniel Tavares garantiu que o setor continuará sendo essencial: "As autoescolas vão continuar sendo as formadoras dos novos condutores e o acesso à habilitação, então nada mudou no processo de primeira habilitação."
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