Geral

HOMOFOBIA

Jornalista Adriana Ramos é presa por homofobia em shopping de SP

Ex-apresentadora da Globo chamou publicitário de “bicha nojenta” durante discussão em café

Da Redação com informações do Brasil 247

Segunda - 16/06/2025 às 10:55



Foto: Reprodução/Redes sociais Jornalista é presa por injúria homofóbica após insultar publicitário em café de shopping em SP
Jornalista é presa por injúria homofóbica após insultar publicitário em café de shopping em SP

A jornalista Adriana Catarina Ramos de Oliveira, de 61 anos, com passagens por emissoras como TV Globo, Record, EPTV e TV Cultura, foi presa em flagrante no sábado (14) por injúria homofóbica contra o publicitário Gabriel Galluzzi Saraiva, de 39 anos, em um café no Shopping Iguatemi, na zona sul de São Paulo. O episódio, registrado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, mostra Adriana proferindo ofensas contra a vítima, incluindo o termo “bicha nojenta”.

Ocorrido

A confusão teve início por volta das 15h30, quando Adriana discutia de forma exaltada com uma funcionária do café. Segundo o relato de Gabriel à TV Globo, ele tentou intervir ao perceber o comportamento agressivo da jornalista. “Era por volta de 15h30. Uma senhora sentada na mesa do lado começou a pedir pela conta, descontrolada, falando bem alto ‘eu quero minha conta’, ‘eu quero ir embora’. A moça fez um sinal de que já iria. Daí intervi, falei ‘calma, ela já virá, já deu o sinal’. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente”, contou.

Durante a discussão, Adriana passou a ofender Gabriel com insultos de cunho homofóbico e classistas. A situação foi presenciada por outras pessoas no local, como a testemunha Giulia Podgaic. “Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta, falando que queria ir ao banheiro, gritando. Aí, a vítima pediu para a senhora se acalmar, disse ‘se acalma, ela já vai vir’, e aí ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar ‘pobre’, ‘bicha’, todas as palavras de baixo calão possíveis... ‘bicha nojenta’, ‘pobre’, ‘você não deveria estar aqui’”, relatou Giulia, classificando o episódio como “horrível” e “constrangedor”.

Gabriel também declarou à polícia que foi chamado de “pobre” e “assassino”. As ofensas foram registradas em vídeo, onde Adriana aparece visivelmente alterada. A Polícia Militar foi acionada por frequentadores do shopping e conduziu a jornalista ao 14º Distrito Policial de Pinheiros, onde a ocorrência foi registrada como injúria com motivação homofóbica.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo confirmou a prisão: “Uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante na tarde de sábado (14), em um shopping na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul da capital. Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, constataram que a mulher havia proferido ofensas homofóbicas a um homem, de 39 anos.”

Relatos

Em entrevista posterior à TV Globo, Adriana apresentou uma versão diferente dos fatos. Segundo ela, estava emocionalmente abalada por motivos de saúde e se sentiu provocada. “Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese [...]. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone. E esse grupo que estava ao lado começou a rir. Quando eles começaram a rir, eu desliguei o telefone, levantei o braço e pedi a conta. Falei 'por favor, traz a conta, eu quero ir embora'.”

A jornalista alegou ainda ter sido vítima de etarismo: “Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada [...] Aí, ele se manifestou, disse 'fala baixo', 'cala a boca'. [...]. Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de 'boiola'. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de 'velha'. [...] Sim, me arrependo.”

Adriana trabalhou durante décadas como repórter e apresentadora de telejornais em afiliadas da Globo no interior paulista, como a EPTV e a TV Globo São José do Rio Preto. Também teve passagens pela Record, TV Cultura e RIT TV. Atualmente, atua na área de assessoria de imprensa, segundo suas redes sociais.

Nota do caso

Em nota oficial, o Shopping Iguatemi lamentou o ocorrido. “O shopping lamenta a ocorrência entre os dois clientes em uma das suas operações, esclarece que prestou todo o apoio necessário e segue à disposição das autoridades competentes. O empreendimento reforça que o respeito à diversidade, em todas as suas formas, é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância.”

O caso segue sob investigação da Polícia Civil. A prisão em flagrante de Adriana Ramos se soma a outros episódios recentes que reforçam a aplicação da Lei nº 7.716/1989, que criminaliza a homofobia, desde que o Supremo Tribunal Federal equiparou, em 2019, a discriminação por orientação sexual aos crimes de racismo.

Confira o vídeo da ocorrência:

Fonte: Brasil 247

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: