
No mês dedicado à mulher, escolas de todo o Brasil têm um papel crucial na formação de novas gerações conscientes sobre a importância da igualdade de gênero. Durante o mês de março, educadores podem adotar atividades que reforçam a representatividade feminina e estimulam o debate sobre os desafios enfrentados pelas mulheres ao longo da história.
O mês de março vai além de uma data comemorativa, sendo uma oportunidade para reflexão e ação no ambiente escolar sobre as conquistas das mulheres e os obstáculos ainda presentes na sociedade. O Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, tem origem em uma luta histórica iniciada por 15 mil mulheres em Nova York, em 1908, que exigiam melhores condições de trabalho e direitos fundamentais, como o voto. O evento foi reconhecido pela ONU em 1975, e desde então, se tornou um momento global para discussões sobre igualdade de gênero.
Para promover uma educação mais inclusiva e justa, especialistas em educação sugerem diversas atividades pedagógicas, adequadas a cada fase da Educação Básica, que visam descontruir estereótipos e fortalecer a presença feminina no imaginário social.
Educação Infantil e Anos Iniciais do Ensino Fundamental
Na infância, o foco é na construção de valores sobre igualdade de gênero. Segundo Audrey Taguti, diretora pedagógica do Brazilian International School (BIS), "é essencial apresentar às crianças figuras femininas inspiradoras, estimulando a representação positiva das mulheres na sociedade". A leitura de histórias como "Malala, a menina que queria ir para a escola" e "Histórias de ninar para garotas rebeldes" são recomendadas para essa fase. Outra atividade sugerida é a dramatização de momentos históricos protagonizados por mulheres, criando um mural interativo sobre mulheres notáveis.
Ensino Fundamental: Desconstruindo Estereótipos
Nos anos iniciais do Ensino Fundamental, Teca Antunes, diretora pedagógica da Escola Bilíngue Aubrick, destaca a importância de "ampliar as referências das meninas e fazer com que os meninos reconheçam a relevância feminina na sociedade". Trabalhar com diferentes áreas do conhecimento, incluindo artistas, cientistas e escritoras, garante uma formação mais rica e diversificada. Já nos anos finais, a proposta é mais investigativa, incentivando os alunos a pesquisar sobre grandes mulheres da história, como Marie Curie, Frida Kahlo, Dandara dos Palmares e Ada Lovelace.
Ensino Médio: Debate e Reflexão Crítica
No Ensino Médio, o objetivo é promover uma análise mais crítica sobre as desigualdades de gênero. Rodas de conversa sobre temas como desigualdade salarial, violência contra a mulher e a presença feminina na política e na ciência são essenciais. Filmes como "Estrelas Além do Tempo" e "Adoráveis Mulheres" também podem ser utilizados para ampliar a discussão. Além disso, atividades que incentivem os jovens a refletir sobre figuras femininas importantes em suas vidas, mesmo que de forma indireta, podem fortalecer o exercício de gratidão e reconhecimento das qualidades dessas mulheres.
"Acredito ser uma grande oportunidade para identificar o porquê essas mulheres são valorizadas por eles e chamar a atenção para as suas próprias forças de caráter. Essa identificação revela aspectos que eles valorizam na vida e que podem buscar para si mesmos, usando-as como inspiração, exemplo e modelo", opina a psicóloga, pedagoga e gestora da Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, Ana Cláudia Favano.
Ana Cláudia Favano, acredita que "a possibilidade de experienciar a gratidão entre os jovens é um exercício de crescimento pessoal" e destaca a importância de trabalhar o valor das mulheres presentes na vida dos estudantes.