Economia

INFLAÇÃO

Preço do café deve apresentar leve queda em 2026, mas estoques seguem baixos

Em 2025, bebida ficou mais cara e até produtos falsos apareceram no mercado

Da Redação

Segunda - 22/12/2025 às 09:48



Foto: Marcelo Casal/ Agência Brasil Preço do café pode continuar caindo em 2026
Preço do café pode continuar caindo em 2026

Após um ano de 2025 marcado por preços recordes, incluindo a maior inflação acumulada do produto desde a criação do Plano Real, o mercado de café deve registrar uma tendência de queda nos valores em 2026. Analistas do setor, no entanto, alertam que o recuo deve ser moderado, uma vez que a oferta global ainda enfrenta dificuldades para se recuperar de anos consecutivos de colheitas ruins.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produção brasileira ainda sofre os reflexos de cinco anos de instabilidade climática, com períodos de seca e calor intenso que prejudicaram a recuperação dos cafezais. Embora o clima para o início de 2026 seja considerado positivo para a fase de florada, a bienalidade da cultura do café onde as plantas precisam de um período de descanso após uma safra produtiva, limita o potencial de crescimento imediato da oferta.

A disponibilidade do café arábica, variedade mais consumida e valorizada, continua apertada. Segundo a Consultoria Agro do Itaú BBA, o aumento da demanda interna e o crescimento das exportações para os Estados Unidos — beneficiadas pelo fim da tarifa de 50% imposta anteriormente pelo governo norte-americano — mantêm os estoques brasileiros pressionados. A expectativa é que a produção mundial supere o consumo apenas na safra 2026/2027, com um excedente estimado em 7 milhões de sacas.

Alternativas e resistência

Como resposta às altas temperaturas e à escassez do arábica, produtores brasileiros têm ampliado o investimento no café robusta (conilon), variedade mais resistente e de menor custo. O uso desta categoria tem se tornado mais frequente nos blends (misturas) comercializados em supermercados, o que tem ajudado a conter altas ainda maiores nos preços para o consumidor final.

Apesar da previsão de uma colheita mais robusta a partir de abril de 2026, o produto só deve chegar plenamente ao mercado no segundo semestre do próximo ano. Até lá, especialistas projetam que o alívio no bolso do consumidor será gradual e dependente da confirmação de chuvas regulares no primeiro trimestre.

Fonte: g1 Economia

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