Uma fintech britânica que desenvolve sistemas de pagamentos acaba de lançar a operação no Brasil e quer que as transferências internacionais se tornem tão simples quanto um Pix. A startup Due pretende transformar o país vire um dos principais mercados estratégicos da empresa, ao lado de México e Estados Unidos. A empresa já está presente em mais de 80 países, com escritórios em Madri, Varsóvia, Nova York, Lagos, Londres, Cidade do México e agora, São Paulo. Fundada por um ex-Revolut, é uma das principais fintechs de serviços bancários no mundo.
A fintech acaba de captar US$ 7,3 milhões em uma rodada seed (cerca de R$ 40 milhões na cotação atual) e já chega em solo brasileiro com integração ao sistema Pix. O novo aporte será usado para expandir a cobertura global, lançar uma API proprietária, tecnologia que, resumidamente, coloca um aplicativo 'dentro' do outro, para estabelecer parcerias com bancos, fintechs, plataformas de câmbio, pequenos negócios e pessoas físicas. Hoje, a Due já atende mais de 500 empresas e é parceira da Coinbase, maior plataforma de criptomoedas do mundo. Sediada em Londres, a fintech abriu as portas oficialmente em 2022 e tem Robert Sargsian e Alex Popov como fundadores.

Como funciona a Due?
- A Due visa facilitar a movimentação de dinheiro entre países, utilizando stablecoins, moedas digitais atreladas a ativos como o dólar ou o euro;
- Em vez de depender de métodos tradicionais, que podem ser lentos e caros, a fintech possibilita que o usuário faça transferências internacionais com custos a partir de 0,2% e liquidação quase instantânea;
- O processo começa com o envio de um Pix para a conta da Due, que automaticamente converte o valor em real para stablecoins;
- A partir daí, o saldo pode ser enviado para mais de 80 países, com a vantagem de ter custos de câmbio significativamente mais baixos.
O que são stablecoins?
Stablecoins são moedas digitais, como o bitcoin, mas com uma diferença importante: elas têm o valor atrelado a algo estável, como o dólar ou o euro.
Isso significa que, ao contrário do bitcoin, que pode ter o valor muito alterado de um dia para o outro, as stablecoins não sofrem grandes variações.
Como o valor delas é estável, fica mais fácil e barato enviar dinheiro para outros países, sem perder tempo e pagando menos taxas do que em métodos tradicionais, como bancos e plataformas de câmbio.
Por que o Brasil agora?
A Due espera oferecer uma alternativa acessível para consumidores e empresas brasileiras que, apesar de ter um dos sistemas de pagamento mais avançados do mundo, ainda engatinha quando o assunto é transferência internacional.
A chegada da Due ao Brasil faz parte de uma estratégia global mais ampla, que inclui expansão para outros mercados emergentes, como o México, onde a empresa já está em operação desde o final de 2024.
"A vantagem do Brasil é que temos uma população com um alto grau de engajamento digital, já acostumada com transferências instantâneas. Isso cria uma oportunidade perfeita para que ferramentas como a nossa encontrem espaço e cresçam rapidamente", explica Gustavo Marcondes, country manager da Due no Brasil. A meta para 2026 é alcançar mais 40 países, totalizando 120.