O ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, enfrentará uma audiência decisiva nesta quinta-feira (21). Ele será ouvido pelo ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF), após a Polícia Federal (PF) enviar um relatório apontando omissões no acordo de delação premiada firmado com Cid em 2023.
Caso o STF decida pela anulação da delação, Mauro Cid perderá os benefícios do acordo, que incluem a redução de pena e a possibilidade de responder aos processos fora da prisão. A defesa do militar nega irregularidades e afirma que ele “sempre esteve à disposição da Justiça”.
Mesmo que a delação seja anulada, as provas obtidas por meio do acordo permanecem válidas. A Polícia Federal sustenta que essas evidências, incluindo dados de aparelhos eletrônicos recuperados, não dependem exclusivamente dos depoimentos do colaborador.
A delação do tenente-coronel já esteve sob análise em outras ocasiões. Em março deste ano, ele foi preso novamente após o vazamento de áudios em que fazia críticas à PF e ao STF. A Justiça considerou que ele descumpriu as regras do acordo ao falar publicamente sobre as investigações.
Entre as provas em questão estão mensagens e arquivos apagados pelo militar, mas posteriormente recuperados pela PF. Esses dados são considerados cruciais para a investigação de um suposto plano golpista que envolvia o assassinato de autoridades, como o presidente Lula e o ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: Diário do Centro do Mundo